
"O Castelinho, construído em 1912 e situado na rua Apa nº 236, esquina com avenida São João, mesmo detonadoe caindo aos pedaços, é um marco da paisagem da Av. São João, bem no trecho em que é sufocada pelo minhocão. Foi outrora o palácio de uma rica e tradicional família da cidade, e cenário de um crime chocante até hoje não esclarecido que ainda hoje leva muitos curiosos ao local.
Nele habitavam Maria Cândida Reis e seus filhos, Armando e Álvaro. Conhecidos, conceituados, milionários.
No dia 12 de maio de 1937, os corpos de mãe e filhos são encontrados no interior do imóvel. Haviam sido mortos a tiros. O caso rendeu manchetes durante vários dias nos principais jornais de São Paulo: Quem matou a família Guimarães dos Reis? - o mistério eletrizava a população da cidade.
Segundo a versão da polícia, o boêmio e Álvaro tinha a idéia de transformar o Cine Broadway, de propriedade da família, em ringue de patinação. Seu irmão, o advogado Armando, era contra. Teria havido uma discussão. Um dos irmãos saca uma arma e dispara contra o outro. A mãe, ao ver a briga, corre para se interpor entre os dois, mas também é atingida. O atirador, desesperado, resolve dar fim à própria vida. A polícia nunca descobriu qual dos irmãos seria o assassino.
A população nunca se convenceu da história dos policiais."
Mas o crime até hoje não foi esclarecido, pois algumas provas da perícia sumiram. O cabo da arma que efetuou os disparos nunca foi encontrado no local. Os dois institutos que analisavam o caso estavam com informações divergentes. Na época as fotos eram feitas em vidro, sendo levados por um carro, que capotou no bairro de perdizes, quebrando-se todos. Ficaram somente fotos que jornalistas tiraram no dia do crime.
Susan Iannace, historiadora e oficial de justiça, estuda o processo do castelinho desde 1990, conta como tudo aconteceu. Susan não acredita que Álvaro seja o assassino, pois os corpos dele e do irmão estavam paralelamente na mesma posição, entre outras divergências na cena do crime. Segundo ela há muitos mistérios e contradições nesse caso.
Álvaro e Armando mortos Em frente ao castelinho na noite do crime
Jornal “A Gazeta Daqui e de Fora” de 13 maio de 1937.
Da sua história de tragédia, o Castelinho já faz parte de contos de lendas urbanas de São Paulo, com pessoas que dizem ouvir e ver coisas no local. Outras dizem passar mal ao entrar no local. Desde o crime, dizem que ninguém consegue morar mais ali.
Hoje, o Castelinho é uma propriedade da União, já que não sobrou nenhum herdeiro direto dos Guimarães dos Reis, mas encontra-se ocupado pela Associação de Mães do Brasil, que não tem condições financeiras para a sua reforma.
Fonte:alem-tumulo.webnode.com.br